
Em 1973 com Daniel Denis e Claude Deron formaram os Necronomicon, tendo alterdo o seu nome para Univers Zero no ano seguinte. Com a entrada de Michel Berckmans a sonoridade da banda então influenciada pelo “electric jazz” sofreu uma profunda alteração. Em 1977 editaram o seu primeiro longa duração, que viria a ficar conhecido pelo nome 1913, foi composto por Denis e pelo guitarrista Roger Trigaux. Após o lançamento do segundo disco, Heresie, em 79, Trigaux abandonou os UZ, tendo formado os Present.
Ouvir e, executar a música dos UZ é um trabalho árduo, que exige uma concentração quase sobre-humana, que leva o ouvinte ao esgotamento psicológico através de uma amálgama de tensões e de fins ilusórios, numa combinação alquimista de elementos místicos, como a língua inventada utilizada na longa La Faulx, e a utilização de tempos ímpares e sons dissonantes numa estrutura musical que já por si só deveras complexa. Ao contrário da generalidade das bandas, que procuram transmitir um conforto sonoro ao ouvinte, UZ procuram em todos as inflexões sonoras dar um desconforto para provocar tensão e atenção. A música dos UZ é no geral cuidadosamente coreografada, numa série de movimentos quase invisíveis, sendo particularmente evidente na secção rítmica de Dennis no tema Jack the Ripper, onde o diabo anda à solta na escuridão no meio de guinchos atonais entrelaçados no violino de Patrick Hanappier. O resultado assemelhasse a uma mutilação, literal, como se Jack, o Estripador andasse atrás de nós.
Heresie é um disco imperdível sobe todos os pontos de vista, desde a linguagem musical, à visual. O disco para contemplar na escuridão, e mais agora que surgiu no mercado uma nova edição, remasterizada.
Alinhamento:
La Faulx: 25'05
Jack the Ripper: 13'21
Vous Le Suarez En Temps Voulu: 12'53
Chaos Hermétique: 11'51
Ponto de escuta:
La Faulx
Jack The Ripper
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