Syd Barrett, o lunático deixou de sorrir

Morreu hoje Roger “Syd” Barrett, fundador e líder criativo dos Pink Floyd. Apesar da sua curta carreira, a obra que nos deixou, quer com os Floyd, quer a solo, marcou profundamente a música na segunda metade do século XX. Músicas como Astonomy Domine, Interstelar Overdrive, Lúcifer Sam, Bike ou Rats, influenciaram várias gerações de músicos que ainda hoje se revêm e se inspiram.
Syd Barrett nasceu à 60 anos, no dia 6 de Janeiro, tendo sido colega de Roger Waters, tendo sido convidado por este para se juntar aos Pink Floyd, onde com a sua visão liderou o movimento psicadélico emergente na Londres dos anos sessenta. O sucesso quase imediato levou o jovem Barrett a consumir drogas alucinogénicas que permitia lidar com a pressão da fama, fazendo com que a esquizofrenia não diagnosticada o conduzisse ao estado de loucura. Sabe-se hoje que a esquizofrenia associada ao consumo de LSD ou de outras drogas alocinogénicas provocam danos irreversíveis na mente. O comportamento de Barrett tornou-se imprevisível e insustentável para os outros membros da banda, tendo sido substituído por David Gilmour, seu amigo de longa data. Syd Barrett apenas produziu mais dois discos, Barrett e The Madcap Laughs, tendo sido nas palavras de Gilmour, que os produziu, um trabalho difícil de realizar devido ao estado psicológico de Syd, tendo em seguida refugiado em casa da mãe, de onde raramente saia. Uma dessa saídas tornou-se celebre, quando durante a gravação de Wish you where here, disco de homenagem dos Floyd ao seu antigo companheiro, apareceu nos estúdios de Abbey Road e após ter ouvido algumas músicas proferiu as míticas palavras: “soa-me um pouco antiquado”. O diamante deixou de brilhar hoje e mesmo se ninguém acreditava na possibilidade de voltar a ver Syd Barrett a a tocar, a sua lenda servia de inspiração a muitos músicos…

Video: Astronomy Domine