
"Formados pelo fotógrafo Philippe Fichot e por Éliane P., os Die Form construíram uma sólida imagem de marca, graças a uma música electrónica de toada fortemente obscura e minimal, de características industriais e góticas. Na sua já longuíssima história, houve, quase sempre, um braço-de-ferro entre a ala etérea e operática de Éliane (representando a beleza, o lado angelical e a falsa inocência da mulher enquanto ser sexual), e a ala perversa e doentia de Fichot – representando a obscuridade, o devaneio, o desejo libidinoso, o sexo lúdico... O universo dos Die Form é, pois, de extrema sensualidade. Essa notória lascívia faz-se representar explicitamente através da própria indumentária dos músicos e de toda a tipologia que rodeia a banda, a começar, claro, pelo excelente legado fotográfico de Philippe Fichot: uma verdadeira evocação de volúpia e beleza que mexe com o mais recôndito dos nossos sentidos, levando-nos para proibitivos imaginários eróticos que normalmente guardamos a sete chaves no lado mais profundo das nossas almas…
Os quase trinta anos de actividade, resultam num espólio que ultrapassa as cinco dezenas de edições, entre álbuns – muitos deles com edições luxuosas em formato A5 - eps, cassetes, singles e livros, dos quais se aconselham os imperdíveis e coleccionáveis Visionary Garden Volume 1 e Volume 2. Obras como o seminal Die Puppe (disco editado em 1982 e altamente inspirado na obra do escultor Hans Bellmer), Corpus Delicti (1991), Ad Infinitum (1992), L’Ame Electrique (1995), Duality (1997), Extremum (1999), Suspiria De Profundis (2001), ou ainda os mais recentes InHuman (2004) e ExHuman (2006), revelam uma obra com evidente dicotomia entre a sensualidade e o futurismo sussurrante, vibrante, circular, cheio de cantos estranhos, gregorianos femininos que rodopiam com o pulsar de sons assexuados e sombrios, corrompidos pelo chiar do lado maquinal. Ao vivo, os Die Form agarram-nos a alma e atiram-nos para quartos escuros que pensávamos não existirem. Levam-nos para a cama de um estranho, onde nos acariciam a mente e nos deixam loucos de desejo, ao mesmo tempo que nos fustigam exorcizando os lados mais obscuros do nosso inconsciente…
Os Die Form têm, pois, a capacidade de nos fazer pensar e sonhar, abrindo portas que nos levam a corredores desconhecidos, convidando-nos a entrar em quatro mundos paralelos: a fotografia (em Leiria estará patente uma exposição bastante extensa da extraordinária obra fotográfica de Fichot), a música, o vídeo, e a dança performativa, a cargo do terceiro elemento, Sabine Seume. Uma multidisciplinaridade que torna o seu universo único, complexo, de uma riqueza artística incomparável. Pela sua susceptibilidade, o espectáculo dos Die Form é interdito a menores de dezoito anos…"
Texto publicado na ELEGY IBÉRICA - Edição #07
Os quase trinta anos de actividade, resultam num espólio que ultrapassa as cinco dezenas de edições, entre álbuns – muitos deles com edições luxuosas em formato A5 - eps, cassetes, singles e livros, dos quais se aconselham os imperdíveis e coleccionáveis Visionary Garden Volume 1 e Volume 2. Obras como o seminal Die Puppe (disco editado em 1982 e altamente inspirado na obra do escultor Hans Bellmer), Corpus Delicti (1991), Ad Infinitum (1992), L’Ame Electrique (1995), Duality (1997), Extremum (1999), Suspiria De Profundis (2001), ou ainda os mais recentes InHuman (2004) e ExHuman (2006), revelam uma obra com evidente dicotomia entre a sensualidade e o futurismo sussurrante, vibrante, circular, cheio de cantos estranhos, gregorianos femininos que rodopiam com o pulsar de sons assexuados e sombrios, corrompidos pelo chiar do lado maquinal. Ao vivo, os Die Form agarram-nos a alma e atiram-nos para quartos escuros que pensávamos não existirem. Levam-nos para a cama de um estranho, onde nos acariciam a mente e nos deixam loucos de desejo, ao mesmo tempo que nos fustigam exorcizando os lados mais obscuros do nosso inconsciente…
Os Die Form têm, pois, a capacidade de nos fazer pensar e sonhar, abrindo portas que nos levam a corredores desconhecidos, convidando-nos a entrar em quatro mundos paralelos: a fotografia (em Leiria estará patente uma exposição bastante extensa da extraordinária obra fotográfica de Fichot), a música, o vídeo, e a dança performativa, a cargo do terceiro elemento, Sabine Seume. Uma multidisciplinaridade que torna o seu universo único, complexo, de uma riqueza artística incomparável. Pela sua susceptibilidade, o espectáculo dos Die Form é interdito a menores de dezoito anos…"
Texto publicado na ELEGY IBÉRICA - Edição #07
Mais informações no site oficial do festival.
Video: Phenomena of Visitation
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