quinta-feira, janeiro 29, 2009

Jonathan Wilson, Gentle Spirit - Música para ouvir em dias de chuva

Gentle Spirit, o segundo trabalho solo de Jonathan Wilson, é um daqueles discos que apetece ouvir num dia frio com a chuva a bater nas vidraças da janela, abrigados da intempérie, e com um gato a dormir na quietude de uma paz interior. Wilson, um músico multifacetado, que toca uma miríade de instrumentos, aliás, no seu primeiro álbum a solo tocou todos os instrumentos, nasceu na Carolina do Norte, algures durante 1977. A música corre nas veias da família de Wilson, cujo pai era igualmente musico, fundou em 95 os Muscadine, tendo se mudado para a Califórnia após o fim dessa banda. Em Frankie Ray, Wilson deu ao mundo um disco psicadélico, mas com canções calmas, com composições de quietude indelével. A sua música contem um som próprio, calmo, introspectivo, com rasgos luminosos sem nunca ser realmente brilhante ou verdadeiramente original. O factor mais importante da sua música é a capacidade de combinar, magistralmente, diga-se de passagem, as influências psicadélicas, que seguramente absorveu da sua estadia na Califórnia, com os sons calmos e vagarosos da Carolina do Norte. É essa combinação que torna o som de Jonathan Wilson realmente interessante. Em Gentle Spirit, de 2008, e que só agora tive o privilégio de ouvir, não foge nem um milímetro ao esquema traçado em Frankie Ray. As canções vão ganhando densidade e interesse com o evoluir do disco, sendo as últimas músicas as realmente mais interessantes, culminando com Valley of the Silver Moon, um verdadeiro hino do folk-rock americano. Somente por este tema já valeria ouvir este álbum, de um compositor perfeitamente desconhecido e que infelizmente tem passado ao lado do conhecimento geral.



Natural Rhapsody

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