sábado, fevereiro 07, 2009

Mogwai na Aula Magna


Os Mogwai são definitivamente uma daquelas bandas que são melhores em palco do que em disco. O recente concerto na Aula Magna prova isso mesmo. A cascata sonora das guitarras, marca de imagem dos escoceses, que criaram um legado muito (diria demasiado) imitado por esse mundo fora, com descargas e eléctricas quase ensurdecedoras, mas melódicas, onde se consegue realmente ouvir o que os três guitarristas estão a tocar em vez de uma cacofonia sem sentido nem direcção. Aqui, devo fazer um elogio ao técnico de som, o tipo que normalmente mais assobios recebe, pela capacidade de transformar a sempre difícil Aula Magna num “anfiteatro”, mesmo nos momentos em que os decibéis disparavam. Para além desses momentos sempre apreciados pelo público, os Mogwai, conseguem habilmente embalar o espectador em melodias tranquilas e absorventes, revelando aí a capacidade instrumentista do colectivo, para explodir quando menos se espera, provocando algumas sincopes cardíacas ao ouvinte mais incauto. A sequência final Herod e Batcat deixou a audiência em êxtase, aplaudindo de pé minutos a fio em sinal de admiração pela hora e meia de boas experiencias sensoriais. Mesmo após a relativa desilusão que tem sido os últimos registos em disco, continuo com a ideia que a música destes escoceses foi feita para ser ouvida a o vivo e não no conforto das quatro paredes da habitação. Dizem os críticos que a música dos Mogwai é somente um constante “vai a cima e vai abaixo”, mas a verdade é que é bem mais do que isso, até porque eles são os originais e têm vindo a explorar outras abordagens, e acima de tudo, porque são possuidores de uma técnica bastante apurada, sendo instrumentistas de primeira água. E com técnico de som como aquele, tudo fica mais fácil…

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