
Coloca-se contudo a inevitável questão de se estes dois artistas plásticos conseguem transpor a sua criatividade para a música. A música em si reflecte um apurado sentido de criatividade, sendo deveras interessante ouvir este trabalho de fio a pavio. Mas… existe sempre um mas, depois da audição existirá uma real urgência de o voltar ouvir. Confesso que não senti essa urgência. É verdade que estamos perante um disco que apresenta uma sonoridade agradável e com alguns apontamentos que nos conduzem para mundos surreais, não deixando de se notar o estilo de mistura da editora Constellation. No entanto, e estranhamente, a música não perdura na mente, e as letras não são o ponto forte deste duo. Em termos técnicos tudo é perfeito, até porque os músicos são de excelência, mas isso não significa que realizem uma obra que nos cative e nos inspire desde a primeira audição. Não entrarei na velha questão (e que já tenho visto em diversos artigos sobre esta banda), se este disco é ou não uma obra de arte. Isso seria absurdo e de pretensão de que da qual me excluo. O fundamental, como em tudo, é o que se pode usufruir da obra, e cada ouvinte retirará sensações e emoções diferentes. Apesar de todos estas considerações, este é um disco que deverá ser ouvido com muito atenção, porque ele é banhado de muitos (e bons) pormenores, por vezes de uma riqueza e de uma subtileza que poderá passar desapercebida a uma audição mais desatenta.
Ponto de escuta: Temple Daughter
Myspace: Elfin Saddle
Página oficial: Elfin Saddle
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