
O disco inicia com uma peça instrumental, Wrong Way Round, que conduz para a sinistra Ghost of Planes, uma peça “irmã” do tema final, The Top of The World Club. Segundo declarações de Hammill, os temas tiveram como fonte de inspiração uma visita ao topo do World Trade Center, com o baterista dos VdGG Guy Evans em 1976, e o que aconteceu em 2001, não mencionando no entanto o assunto de forma directa. Como sempre, Hammill explora os pormenores dos temas abordados, deixando de lado as ideias gerais (e banais). É essa abordagem, tão característica, que torna as músicas tão profundas, angustiantes por vezes, mas de uma maturidade e elegância estética única no panorama musical. Estes dois temas, porventura os melhores do álbum, servem para trazerem ao disco o sentimento de perda, tão caro a Hammill noutros trabalhos.
A ideia que ficou na mente a´pós primeira audição deste Thin Air, foi a de estar a ouvir um homem que se encontra numa tentativa de sentir bem com o mundo em que se encontra, mas que é assolado frequentemente por sentimentos de dúvida e de paranóia. Em termos musicais, este não é dos trabalhos a solo de Hammill mais bem conseguidos, não podendo contudo apontar pontos negativos em concreto. A voz, característica, sobressai, como sempre, em todos os temas, pautado por bons momentos musicais. Dificilmente será este o álbum que irá atrair novos ouvintes ao universo de Peter Hammill e dos VdGG, mas os melómanos conhecedores não irão ficar desiludidos.
Ponto de escuta:
The Top of the World Club
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