
A música surge sobre uma forma “despida”, mais crua do que em trabalhos anteriores, onde cada nota de guitarra, na sua fragilidade conceptual, revela a linha invisível entre a sanidade e demência. A voz acompanha o registo instrumental, ou seja, surge de uma forma expressiva mas simultaneamente crua, terna na sua generalidade mas com acessos de raiva.
A estrutura musical dos temas de Niblett quase sempre são pautadas pelo livre desenrolar das ideias, que por vezes assumem um cariz caótico, com distorções pesadas, intercaladas por passagens minimalistas, que apenas servem de catapulta para novos momentos de distorção e catarse. Este novo disco não foge à regra. Contudo, e como já havia acontecido no trabalho anterior, Niblett apresenta alguns temas com uma melodia que fica pendurada por muito tempo no ouvido dos ouvintes. I.B.D. e Duke of Anxiety são bons exemplos disso mesmo. Diria que estes dois temas permitem adensar a intimidade com o disco e com a sua autora, tornando-se fascinante e simultaneamente desconfortável, por estarmos a entrar no lado mais íntimo de Niblett. E isso é realmente interessante….
Video: I.B.D.
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