
Com 13 Blues for Thirteen Moons, os Silver Zion seguiram por um caminho mais pesado o que terá levado a muito boa gente se afastar desse registo. O novo disco parece ser à primeira vista um paço atrás, sugerindo uma reconciliação com o seu público. Apesar de o disco iniciar com um tema típico dos Silver Zion, que estabelece uma ligação directa com o ouvinte para o conduzir para um crescente ambiente negro, com a melodia a levitar em territórios já conhecidos, os dois temas seguintes, I Built Myself a Metal Bird/ I Fed My Metal Bird the Wings of Other Metal Birds, remete-nos imediatamente para o álbum anterior. Este é o momento mais incendiário do disco, com Menuck a gritar histericamente, como que nos obrigando a seguir os seus sentimentos. E esses sentimentos são revelados no último tema Piphany Rambler, onde os ideais políticos e os seus receios de se tornarem mais uma engrenagem no panorama da musica alternativa, e uma anedota de eles próprios.
Em abono da verdade, este pode não ser um dos melhores registos dos Silver Zion. A redução dos membros efectivos parece ter condicionado a construção musical. Onde antes existia uma elaborada orquestração, por vezes demasiado densa, agora surge uma estrutura aparentemente simplificada, mas mais cortante. Julgo por tanto que a banda não deu simplesmente um passo a trás na sua sonoridade, bem pelo contrário, acredito que mais uma vez, Menuck e companhia procuraram seguir um novo trilho, tendo fundido as ideias fundamentais da sua história musical. Pode não ser dos mais brilhantes discos da banda, sendo mesmo, na minha modesta opinião, um dos álbuns mais difíceis de criar uma empatia desde a primeira audição, mas que afinal de contas revela ser um dos mais importantes manifestos de uma banda que procura fugir aos estereótipos de um comércio musical que entorpece a criatividade e o risco de inovar.
I Built Myself A Metal Bird - Thee Silver Mt. Zion from Constellation Records on Vimeo.
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