Passou apenas um ano entre a edição de Aleph at Hallucinatory Mountain e do novo trabalho de David Tibet, Baalstorm, Omega Sing. No entanto, os dois registos não podiam ser mais diferentes entre si. Baalstorm, Omega Sing apresenta um som mais delicado, com fluxos sonoros dos violoncelos e dos pianos convidando às divagações das profecias de Tibet, ao contrário do álbum anterior que vivia à custa de guitarras ásperas e de uma melodia inquieta. O novo disco, no seu todo desenrola-se com uma grande suavidade, entre a voz arrastada de Tibet e os instrumentos de corda, dando liberdade a que todos divaguem e evoluam.
Numa primeira audição é difícil de ter a percepção da intensidade e do alcance das palavras, e da complexidade sonora, sendo necessária uma abordagem mais atenta. December 1971 e Passenger Aleph in Name são exemplos perfeitos da sonoridade deste disco, conseguindo com mestria um encontro perfeito entre a voz, as cordas e a electrónica. Contudo, nos dois últimos temas, alguma da beleza do disco perde-se, dando a sensação de que o labirinto sonoro é algo exessivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário